Pesquisa projeta apagão de professores no Estado
Estima-se que, em 2040, possa haver um déficit de, aproximadamente, 10 mil professores na Educação Básica do Rio Grande do Sul. A projeção é feita com base em pesquisa, divulgada ontem, em Porto Alegre, pelo Observatório Sesi da Educação, um centro de análise de dados educacionais do Instituto Sesi de Formação de Professores.
Apenas no período de 2010 a 2021, foi verificada queda em cursos de licenciatura, relativa ao número de ingressantes (59,91%), matrículas (48,37%) e concluintes (59,25%). Mesmo que os números tenham impactos da pandemia de Covid-19, antes disso já se observava uma tendência de redução nos indicadores. Tal desinteresse pela profissão também impacta na oferta de vagas e, consequentemente, no número de ingressantes, principalmente na rede privada, com diminuição de 48,38% dos cursos nas áreas de licenciatura.
No Ensino Médio gaúcho, a cada cinco professores de Sociologia, quatro não possuem formação adequada para lecionar. E na disciplina de Física, mais de a metade dos professores em sala de aula não têm licenciatura nessa área do conhecimento.
Sugestões
Para mudar o cenário, seriam importantes ações como:
- Oferecer mais espaços de experimentação pedagógica.
- Formar docentes entre si, em renovação de práticas.
- Qualificar professores sem adequada formação docente.
- Focar na formação em serviço, fornecendo ambientes e meios para promover a colaboração entre os professores.
- Qualificar a matriz curricular voltada à formação inicial.
- Criar programa de iniciação para novos professores.
- Promover a valorização da carreira do Magistério.
- Consolidar planos de carreira docente, que levem em consideração a formação continuada e remuneração adequada.
- Instaurar programa de orientação (práticas, habilidades….).
- Realizar pesquisas sistemáticas com professores.