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Modelo de trabalho home office perde força no mundo

 Modelo de trabalho home office perde força no mundo

Tendência é de fortalecimento de redução da jornada de trabalho. Foto: Guilherme Almeida

Passada a pandemia, quando muitas empresas adotaram o trabalho remoto, a valorização do modelo presencial tem sido cada vez mais observada no mundo corporativo. A Meta, dona do Facebook, por exemplo, pediu aos funcionários para retornar aos escritórios. Esse movimento é parecido nas demais gigantes da tecnologia, assim como em outras áreas.

Segundo a professora de Gestão em Recursos Humanos da Faculdade de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul (Fadergs), Janine Rocha, a expectativa após o período de isolamento era que o teletrabalho fosse assumido integralmente, mas o que está ocorrendo é o contrário. “O X, que é o Twitter, o Google e o Facebook começaram a trazer os profissionais para dentro. Então, a tendência é que eles retornem aos poucos, diminuindo cada vez mais o tempo que ficarão em casa”, ressalta.

Para ela, a tendência é que o formato híbrido, em que o trabalhador atua alguns dias no escritório e outros à distância, seja o mais disseminado a partir de agora. Com isso, é muito provável, na avaliação dela, que ocorra o fortalecimento da redução da jornada. “Em vez da semana de cinco dias, nós teremos semanas de quatro dias, porque se entende que as pessoas produzem melhor em menor tempo.” Às vezes, segundo ela, se trabalha mais à distância do que presencialmente. Por isso, é interessante a ideia de mesclar os dois formatos.

“É muito comum vermos dentro das empresas pessoas que estão ‘de corpo presente’, mas que, de fato, estão em outros lugares, mexendo em mídias sociais, tomando cafezinho, conversando nos corredores, indo no banheiro com maior frequência, porque elas estão no ambiente de trabalho, mas com vontade de estar fora, principalmente se já executaram todas as atividades.”

A popularização do teletrabalho representou uma mudança de cultura. “Nós temos aquela cultura de quem não é visto não é lembrado. Temos a cultura da presencialidade e o trabalhador remoto tende a se exigir mais e se cobrar mais”, acrescenta, avaliando a diferença entre os modelos.

“Nós não temos a cultura do trabalho em casa. Então, quando estou em casa, eu estou relaxando e eu posso ser demandado pelas coisas de casa”, explica, observando que essa falta de separação entre a vida privada e a comercial no modelo à distância é considerada uma das desvantagens para os profissionais. Esse movimento de retorno, mesmo que seja híbrido, deve impactar na flexibilidade do trabalhador, que podia residir a longas distâncias da sede da empresa, atuando em home office e, muitas vezes, escolher o horário para realizar uma tarefa, por exemplo.

Na última semana, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os resultados da Pesquisa de Inovação (Pintec) Semestral 2022: Tecnologias Digitais Avançadas, Teletrabalho e Cibersegurança.  No ano de 2022, 47,8% das grandes empresas industriais adotaram algum grau de teletrabalho na condução dos negócios no país.

Naquele ano, a estratégia autônoma da empresa foi a motivação mais citada para a adoção de tecnologia avançada, mencionada por 87,0% dos informantes. Por outro lado, os principais empecilhos que dificultaram a estratégia de modernização dos negócios nas indústrias digitalizadas foram altos custos (80,8%), falta de pessoal qualificado na empresa (54,6%) e riscos associados à segurança e privacidade (49,5%).

Fonte: Correio do Povo

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