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El Niño já interfere no planejamento para semeadura da soja no RS

 El Niño já interfere no planejamento para semeadura da soja no RS

Prognósticos indicam chuva intensa em algumas áreas do Estado esta semana. Foto: Fernando Dias/Seapi

Se em anos anteriores o produtor rural pedia chuva, na safra de verão do ciclo 2023/2024 o panorama mudou. Duas semanas após a abertura do calendário de semeadura da soja, os agricultores gaúchos estão à espera de sol para que o solo tenha condições de receber os plantios da principal lavoura extensiva do Estado. “A intensidade e a frequência das chuvas têm interferido no andamento da estratégia de plantio dos produtores, e o problema disso são as dificuldades inerentes da perda do planejamento, que interferem na realização das atividades”, afirma o assistente de culturas da Emater/RS-Ascar, Alencar Rugeri. “O Rio Grande já pode dizer que seu plantio começou com problemas de atraso”, corrobora o vice-presidente da Associação dos produtores de Soja do Estado do Rio Grande do Sul (Aprosoja RS), Décio Teixeira,.

O cenário é decorrente dos efeitos do El Niño, cujos prognósticos indicam chuvas mais frequentes, volumosas e persistentes no último trimestre do ano, além de  tempestades, fortes rajadas e granizo, impactando culturas agrícolas.

O dirigente da Aprosoja RS lembra que, apesar de o calendário estabelecido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) permitir o plantio de soja a partir de 1º de outubro, poucos produtores plantam mais cedo, preferindo iniciar a semeadura na segunda quinzena de outubro e no início de novembro. Para essa safra, a persistência de chuvas e de umidade que encharcam os campos e impedem a entrada de máquinas requerem mais atenção. “O produtor vai esperar uma janela para colher as culturas de inverno, para depois se lançar ao plantio, quando a terra estiver mais enxuta”, explica Teixeira.

As operações serão desafiadoras e exigirão eficiência e agilidade no campo. Os prognósticos climáticos indicam chuva intensa em algumas áreas do Estado esta semana, conforme o Boletim Integrado Agrometeorológico da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), em parceria com a Emater/RS-Ascar e o Irga. As chuvas também prejudicam a implantação da cultura de arroz. No trigo, os agricultores têm tentado aproveitar os períodos de tempo mais seco para prosseguir com a colheita, que atingia 11% da área de cultivo na semana passada.

Conforme a Emater/RS-Ascar, a safra de soja 2023/2024 terá lavouras em 441 municípios, com estimativa de 6,74 milhões de hectares cultivados, aumento de 1,3% em comparação à safra anterior, e produtividade estimada em 3.327 kg/ha. A empresa avalia que a soja deve gerar R$ 50 bilhões na comercialização da produção a aponta uma tendência ascendente nos últimos 10 anos. Em 2014, foram cultivados 4,99 milhões de hectares, chegando à safra atual com crescimento de 35% na área e 72% na produção, saltando de 13,04 milhões de toneladas em 2014 para expectativa de 22,44 milhões de toneladas neste ciclo.

Fonte: Correio do Povo

 

 

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