Filho pródigo
Quando o filho pródigo decidiu voltar aos braços paternos, na verdade, resolveu levantar-se da cova escura da ociosidade para a ação regeneradora; erguer-se do chão frio da inércia para o calor da reconstrução; elevar-se do vale da indecisão, para a montanha do serviço edificante; fugir das trevas em busca da luz.
Levantou-se e partiu rumo ao lar paterno.
Quantos de nós, porém, filhos pródigos da vida, depois de estragarmos ou perdermos as mais valiosas oportunidades, clamamos pela Assistência Divina, de acordo com os nossos desejos menos dignos, para que sejamos satisfeitos?
Quantos de nós, descemos voluntariamente ao abismo, e lá de dentro, atolados na sombria corrente das nossas paixões, exigimos que o Todo-Misericordioso Deus se faça presente ao nosso lado, através dos seus Divinos Mensageiros, a fim de que os nossos caprichos sejam atendidos?
Se é verdade, no entanto, que estamos empenhados no nosso progresso pessoal e aprimoramento íntimo, nos coloquemos de pé, sem demora, deixando na retaguarda o nosso comodismo fútil e inoperante.
Todo aperfeiçoamento pede esforço, pois, a simples visão do alto, nos pede coragem e determinação para o seu alcance. A jornada ascendente é íngreme, mas a chegada vitoriosa é gratificante. Se aspiramos ao clima da Vida Superior, nos adiantemos, caminhando dentro dos padrões estabelecidos pelo Divino Mestre.
Numa honesta avaliação das nossas fraquezas, repitamos a decisão do Filho Pródigo, de que nos fala o Evangelho: “Levantar-me-ei, e irei ter à casa de meu Pai”. Com certeza, seremos, também, recebidos com festa pelo nosso Pai Maior, pleno de amor e de bondade.