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A simplicidade descomplica a alma

“Tenho apenas três coisas a ensinar: simplicidade, paciência, compaixão. Esses são os seus maiores tesouros. Simples nas ações e pensamentos, você retorna à fonte do ser.”

Lao Tzu

 

Mas, afinal, o que significa ser simples? Num mundo que é complicado, somos muitas vezes induzidos a acreditar que ser simples é ser simplório. Na verdade, ser simples significa viver diretamente nossas experiências, ou seja, deixar que as coisas nos apareçam, como realmente são, e expressar nossos pensamentos e emoções claramente.

Quantas vezes vi a reação da pessoa amada, ou de colega, e depois lutei em particular para entender o que realmente significavam? Quantas vezes fiz tudo o que era possível, menos perguntar diretamente?

Quantas vezes me recuso a ser direto: sem dizer o que quero, sem mostrar o que sinto, sem deixar que a vida ao meu redor realmente me toque? Incrivelmente, nada na natureza é indireto. O tigre, tentando subir a montanha, alonga-se e mostra o seu esforço. O esquilo, assustado na árvore, vacila e mostra o seu medo.

A onda, elevando-se em direção à costa, nada poupa, ao se dobrar e bater sem parar na praia, que abertamente se desfaz, para ser abraçada. Somente os humanos expressam uma coisa, mas querem dizer outra. Somente nós vamos numa direção, mas desejamos ir a outro lugar. Como em muitas outras tarefas que estão à nossa espera, a recompensa pela simplicidade é chegarmos mais perto de nossa essência. Parece que Lao-Tzu nos revela uma ferramenta mantida secreta, devido à nossa relutância em aceitar a verdade. Esse sábio antigo nos diz que o ato da simplicidade – o de viver diretamente é o caminho para a fonte de todo o ser. Por isso, imploro a você que, quando se sentir perdido ou distante, experimente ser direto, e o universo, sem uma palavra, responderá.

 

Mark Nepo em Satori – O Livro do Despertar

 

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