Beleza da vida
Quando a tempestade passar, as estradas se amansarem
E formos sobreviventes de um naufrágio coletivo
Com o coração choroso e o destino abençoado
Nós nos sentiremos bem-aventurados
Só por estarmos vivos
E nós daremos um abraço
Ao primeiro desconhecido
E elogiaremos a sorte de manter um amigo
E aí nós vamos lembrar
Tudo aquilo que perdemos, e de uma vez aprenderemos
tudo o que não aprendemos.
Não teremos mais inveja, pois todos sofreram
Não teremos mais o coração endurecido
Seremos todos mais compassivos.
Valerá mais o que é de todos do que o que eu nunca consegui.
Seremos mais generosos
E muito mais comprometidos
Nós entenderemos o quão frágil somos, e o que significa estar vivo!
Vamos suar empatia por quem está e por quem se foi
Sentiremos falta do velho que pedia esmola no mercado,
que nós nunca soubemos o nome dele e sempre esteve ao nosso lado.
E talvez o velho pobre
Era Deus disfarçado…
Mas você nunca perguntou o nome dele
Porque estava com pressa…
E tudo será milagre!
E tudo será um legado
E a vida que ganhamos será respeitada!
Quando a tempestade passar
Eu te peço Deus, com tristeza
Que você nos torne melhores,
como você nos sonhou.
(K. O ‘ Meara – Poema escrito durante a epidemia de peste em 1800)