Poema
Quando a tempestade passar,
As estradas se amansarem,
E formos sobreviventes
De um naufrágio coletivo
Com o coração choroso
E o destino abençoado
Nós nos sentiremos bem-aventurados
Só por estarmos vivos.
E nós daremos um abraço
Ao primeiro desconhecido
E elogiaremos a sorte
De manter um amigo.
E aí nós vamos lembrar
Tudo aquilo que perdemos
E de uma vez aprenderemos
Tudo o que não aprendemos.
Não teremos mais inveja
Pois todos sofreram.
Não teremos mais o coração endurecido
Seremos todos mais compassivos.
Valerá mais o que é de todos do
Que o que eu nunca consegui.
Seremos mais generosos
E muito mais comprometidos
Nós entenderemos o quão frágil somos, e o que
Significa estar vivo!
Vamos suar empatia
Por quem está e por quem se foi.
Sentiremos falta do velho
Que pedia esmola no mercado,
Que nós nunca soubemos o nome dele
E sempre esteve ao nosso lado.
E talvez o velho pobre
Era Deus disfarçado…
Mas você nunca perguntou o nome dele
Porque estava com pressa…
E tudo será milagre!
E tudo será um legado
E a vida que ganhamos será respeitada!
Quando a tempestade passar
Eu te peço Deus, com tristeza
Que você nos torne melhores,
Como você nos sonhou.
(K. O ‘ Meara – Poema escrito durante a epidemia de peste em 1800)