Saúde da Mulher lança Boletim Epidemiológico do Câncer de Colo de Útero no RS
Com o intuito de fortalecer as ações de Saúde da Mulher, o Departamento de Atenção Primária e Políticas de Saúde (DAPPS) lançou em março a segunda edição do Boletim Epidemiológico da Situação do Câncer de Colo do Útero no Estado do Rio Grande do Sul (2024). O documento traz um panorama sobre incidência, fatores de risco, taxa de mortalidade e formas de prevenção da doença.
Elaborado pela Divisão das Políticas dos Ciclos de Vida, o boletim reflete o cenário do ano anterior (2023) e serve como base para que profissionais de saúde, gestores e demais interessada(o)s visualizem dados atualizados. Direcionado especialmente para a gestão, se dispõe a ser instrumento informativo para impulsionar ações assertivas e melhorar os resultados de saúde no estado.
O Rio Grande do Sul é o quarto estado com maior número de casos de câncer de colo de útero no país. Em 2023, foram registrados 1.420 casos da doença, o que corresponde a 129% do quantitativo estimado pelo INCA (Instituto Nacional do Câncer).
O boletim epidemiológico visa contribuir ativamente para que as regiões de saúde visualizem como estão seus dados sobre a neoplasia maligna do colo do útero e possam traçar estratégias para a melhoria. Entre as ações que podem ser adotadas pelos gestores com base no boletim estão:
- O fortalecimento do rastreamento e o diagnóstico precoce;
- A execução de ações destinadas ao controle e à redução da incidência e da mortalidade;
- A consolidação da Atenção Básica, em especial a Estratégia Saúde da Família (ESF), como agente fundamental na ampliação do rastreamento e monitoramento da população-chave, considerando: facilitar o acesso ao exame de rastreamento, flexibilizar os horários de atendimento, realizar coleta oportuna, acolher as singularidades, realizar busca ativa;
- A alta cobertura que contemple mulheres com deficiência, lésbicas, bissexuais, transexuais, negras, indígenas, ciganas, mulheres do campo, floresta e águas, em situação de rua, profissionais do sexo e mulheres privadas de liberdade;
Infecção
O câncer de colo de útero é um tumor que se desenvolve na parte inferior do útero, chamada de “colo”. Com início assintomático, sangramento fora do período menstrual, dor e corrimento podem aparecer com o tempo e indicar a anormalidade.
Pode ser causado pela infecção pelo Papilomavírus Humano, popularmente conhecido como HPV. A transmissão ocorre por meio de relações sexuais desprotegidas. Lesões do HPV no colo do útero não tratadas podem resultar em câncer.
Prevenção
Está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) a vacina que previne o HPV. O calendário vacinal prevê a imunização de meninos e meninas de 9 a 14 anos – antes de iniciarem a vida sexual, que é quando a vacina tem mais eficácia. Também são contemplados para receber a vacina pela rede pública pessoas de 9 a 45 anos e que sejam imunossuprimidas, vivam com HIV/Aids, sejam transplantadas de órgãos ou de medula óssea ou que sejam pacientes oncológicos.
Por meio do Papanicolau (exame citopatológico) preventivo é coletado material que é enviado para análise em laboratório. A partir desses resultados é que se identificam alterações no colo do útero.
O exame citopatológico de rastreamento deve ser realizado em mulheres/pessoas com útero entre 25 e 64 anos, que já tiveram atividade sexual, visando identificar lesões precursoras tratáveis.
Fatores de Risco para Câncer de Colo de Útero
- Tabagismo
- Iniciação sexual precoce
- Multiplicidade de parceiros sexuais
- Multiparidade (mais de dois filhos)
- Uso de contraceptivos orais por mais 5 anos
- História de infecções sexualmente transmissíveis
- Infecção pelo HPV
Indicadores no RS
De acordo com o boletim, os municípios do Rio Grande do Sul com melhores indicadores de razão de exames citopatológicos do colo do útero em mulheres de 25 a 64 anos são: Multiterno (pequeno porte: menos de 25 mil habitantes); Flores da Cunha (médio porte: 25 a 100 mil habitantes); Bento Gonçalves (grande porte: mais de 100 mil habitantes).
O Observatório do Câncer é uma iniciativa da Secretaria da saúde do Rio Grande do Sul com apoio do TelessaúdeRS/UFRGS que mostra indicadores para sugestões de planos de ação para a melhoria dos indicadores e materiais informativos.
O Sistema de Informação do Câncer – Siscan é a versão em plataforma web que integra os sistemas Siscolo e Sismama, e destina-se a gestores e profissionais de saúde. Nele são realizadas as requisições dos exames de rastreamento e investigação diagnóstica dos cânceres do colo do útero e de mama, assim como seus laudos. Além disso também é possível registrar no Siscan informações sobre condutas diagnósticas e terapêuticas relativas ao seguimento dos casos positivos e/ou alterados.
Acesse o boletim aqui:
Fonte: Secretaria Estadual da Saúde RS