Pastoral do Migrante e o acolhimento social
O programa Fala cidade desta quinta-feira, 14, recebeu os integrantes da pastoral dos migrantes de Vacaria.
Participaram do programa, Pauliane Soranso, secretária do Serviço Pastoral dos Migrantes, Jerry Costume, representante da Associação dos Haitianos de Vacaria e Elisa Caicedo, Venezuelana.
Criado oficialmente em 1986, o Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM) é um organismo vinculado ao Setor Pastoral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Pauliane revela que o SPM atua junto aos migrantes em ações com segmentos sociais, promovendo ações de inclusão, denunciando violações dos direitos dos migrantes e trabalhando para a construção de um país mais igualitário para todos.
A grande maioria dos migrantes geralmente sai dos seus países de origem devido à questões políticas, como o caso dos venezuelanos ou catástrofes climáticas.
Os migrantes tem se integrado facilmente ao mercado de trabalho de Vacaria, e a maior dificuldade enfrentada por essas pessoas é com relação à moradia. Soranso comentou que o valor dos aluguéis em Vacaria apresenta preços elevados, e fez um apelo às pessoas que possuam imóveis para alugar, que entrem em contato com a Pastoral.
Jerry Costume, representante da Associação dos Haitianos em Vacaria, veio para o Brasil há seis anos. Ele migrou após o terremoto que aconteceu em 2010, com a expectativa de melhorar de vida, investindo nos estudos. Veio com sua esposa e o filho, deixando apenas o pai no Haiti.
A maior dificuldade enfrentada pelos Haitianos é com a língua portuguesa, confecção de documentos e alto valor dos aluguéis.
Além dos haitianos, cerca de 500 venezuelanos estão em Vacaria atualmente. Eliza Caicedo, venezuelana, veio para Vacaria em fevereiro deste ano, com o esposo e os quatro filhos. Ela saiu da Venezuela pelas dificuldades econômicas. O salário mínimo na Venezuela equivale a R$ 10 mensais.
Dentre os objetivos do serviço pastoral do migrante estão a luta pelo protagonismo dos migrantes, formando lideranças e estimulando as várias formas de organização na conquista de direitos, denunciar as causas que estão nas raízes das migrações forçadas: condições indignas de trabalho e moradia, o desemprego, a discriminação e todas as formas de preconceito e rejeição aos migrantes.
O SPM também visa abrir espaços para as expressões religiosas e culturais, promovendo a acolhida, o intercâmbio entre origem e destino dos migrantes, com visitas pastorais e missões populares, lutar pela construção de uma sociedade na qual a vida esteja sempre em primeiro lugar, articulando-se com as demais pastorais e movimentos sociais.
Ouça a entrevista completa clicando abaixo.