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Mudanças nas regras de caça afetam controle de javalis

 Mudanças nas regras de caça afetam controle de javalis

Espécie exótica invasora provoca danos a criações e plantações. Foto: Sergio Bavaresco

A suspensão da emissão de novas autorizações de caça para o controle de javalis pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deixa o meio rural apreensivo sobre as normativas que deverão ser definidas pelo Exército Brasileiro, que passa a ser responsável pelo tema. As autorizações emitidas antes do dia 21 de julho são válidas até a data que consta do documento, mas novas estão na dependência do Exército, que deve discutir o assunto nesta terça-feira, em Brasília, em reunião com Ibama, Polícia Federal e Ministério da Justiça e Segurança Pública.

O decreto federal também mudou as classificações dos calibres, que passam a ser por energia. “Mas a energia depende do tipo de ponta, de pólvora, o comprimento do cano da arma. Fizeram uma grande confusão que estão tentando consertar, mas não sei se vão conseguir”, avaliou o diretor. Antes da mudança, o produtor que obtivesse certificado de registro de caçador apenas cumpria exigências do Ibama. “Agora, ele tem que informar o dia que vai caçar, qual a propriedade e dizer que os lindeiros deram permissão. Só depois disso, o produtor vai pedir autorização para o Exército”, destacou Rodrigues. O decreto também acrescenta o termo “eventual” para o certificado de caçador.

Em audiência recente no Senado, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, afirmou que a caça não é a única solução para o controle da espécie exótica invasora e sugeriu que a experiência com armadilhas para capturar o grupo foi muito bem sucedida em outros países. Rodrigues ressalta que o uso de armadilhas também envolve o abate dos animais aprisionados. “Tem que abater de forma eficiente e rápida e as armadilhas exigem disponibilidade de pessoal para fazer vistorias diárias e providenciar o abate, porque um grupo de javalis presos entram em autofagia, brigam entre eles”, salienta. Mesmo em armadilhas menores, há necessidade de revisão diária, ceva (atrair o javali para armadilhas) e abate. “E isso exige armamento de determinada potência para que fazer o abate ocorra de forma efetiva, sem causar sofrimento.”

O diretor da Farsul reforça que a efetividade do controle necessita de armamentos de maior potência e calibre adequado para evitar ferimentos e fuga do animal ou mesmo vários disparos, o que causaria maior sofrimento ao animal. “Para termos um tiro e um abate de um animal que pode chegar a 300 quilos, tem que ter equipamento potente”, defendeu. Conforme o diretor, vários calibres potentes entram no novo decreto como restritos. “Por exemplo, um calibre extremamente efetivo para o abate é o .308 Winchester, que hoje é restrito, com maior dificuldade de aquisição desse tipo de armamento”, ilustrou.

Fonte: Correio do Povo

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