Conab prevê queda nas exportações de soja e milho
As quedas nas cotações e nos prêmios de exportação, que declinaram com maior intensidade a partir de março, está fazendo com que os produtores optem por manter a soja em estoque, aguardando a melhoria no quadro de preços previstos para o segundo semestre. A informação consta no Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quarta-feira (21). Ainda de acordo com o documento, mesmo com o aumento verificado na exportação de soja, que atingiu 15,59 milhões de toneladas em maio, as vendas internacionais da oleaginosa devem ser reduzidas nos próximos meses.
O Boletim informa ainda que, pelo lado da demanda, apesar do quantitativo recorde importado até agora do Brasil (34,4 milhões de toneladas de soja em grãos), a China adotou uma sistemática de aumentar o tempo dispensado às inspeções em cargas de soja que chegam ao país, prolongando os tempos de liberação do produto. Estes novos procedimentos alfandegários tornam ainda mais lento e custoso o escoamento do produto em território chinês, podendo retardar o comércio com aquele país.
No caso do milho, as exportações já apresentaram leve queda, atingindo 0,38 milhão de toneladas em maio, contra 0,47 milhão de toneladas observado em abril. O movimento de baixa é influenciado também pela diminuição dos prêmios e cotações, que vem provocando forte redução nas vendas externas. “As excelentes condições da lavoura brasileira neste ano, cultura que apresenta a peculiaridade de plantar três safras do cereal por temporada, aliada ao início do plantio da safra americana, estão pressionando os preços em Chicago, em meio às previsões de uma oferta mundial recorde”, completa o superintendente de Logística Operacional da Conab, Thomé Guth. “Como contraponto, a seca esperada para as próximas semanas nos EUA tem adicionado prêmio às cotações naquele país, já que as condições climáticas são motivo de preocupação”.
Fonte: Correio do Povo