Autismo e o Setembro Amarelo
Foto: Divulgação/Rádio Esmeralda.
Setembro Amarelo é o mês dedicado à conscientização e prevenção do suicídio, um tema de extrema importância que merece atenção em todos os contextos. Quando pensamos em pessoas com autismo, esse assunto ganha ainda mais relevância, pois elas podem enfrentar desafios adicionais em relação à saúde mental. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento que afeta a comunicação, o comportamento e a interação social. Embora cada pessoa com autismo seja única, algumas podem ter maior vulnerabilidade a problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão e, em casos mais graves, pensamentos suicidas. Estudos indicam que indivíduos com autismo podem estar em maior risco de suicídio do que a população em geral, especialmente aqueles que têm consciência das dificuldades que enfrentam e se sentem isolados ou incompreendidos.
Muitas vezes, o sofrimento dessas pessoas passa despercebido ou é subestimado, o que pode levar a um agravamento dos sintomas. Por isso, é essencial falar sobre o assunto e promover um ambiente onde elas se sintam seguras e compreendidas.
A supervisora do CAS Te acolhe Vacaria e mãe atípica, Ana Claudia Chaves, revela que o isolamento social e as dificuldades de comunicação, aliados ao preconceito, podem ser causas para os pensamentos suicidas nos autistas.
Por que o tema é relevante para pessoas autistas?
Estudos mostram que pessoas no espectro autista têm um risco significativamente maior de desenvolver ansiedade, depressão e ideação suicida em comparação com a população em geral. A falta de compreensão, o isolamento social, o bullying e o capacitismo (discriminação contra pessoas com deficiência) são fatores que contribuem para o sofrimento emocional e sentimentos de desesperança. O esforço de esconder ou disfarçar os traços autistas para se adaptar a ambientes sociais pode levar a um esgotamento mental severo (conhecido como burnout autista) e está associado a um risco aumentado de suicídio.
A forma como a depressão e a dor emocional se manifestam em autistas pode ser diferente, tornando os sinais de alerta mais difíceis de identificar. Muitas vezes, a dor pode não ser expressa verbalmente, exigindo atenção a mudanças de comportamento. A dificuldade em encontrar profissionais de saúde mental que compreendam o TEA e o acesso limitado a tratamentos adequados podem agravar a situação.
Quando falamos de pessoas com autismo, esse cuidado deve ser ainda mais atento e especializado. Oferecer um ambiente seguro, promover a comunicação clara e incentivar o apoio profissional são apenas algumas das maneiras de fazer a diferença. Ao nos educarmos e agirmos com empatia, podemos ajudar a proteger e melhorar a vida de pessoas com autismo durante este mês e além.
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