Atividades marcam o abril azul
Pessoas autistas enfrentam discriminação e barreiras em todos os setores da sociedade – nos sistemas de saúde e de assistência social, na educação, no emprego e em vários outros. É crucial que indivíduos com autismo, suas famílias e seus cuidadores, possam ter acesso a informações personalizadas, orientação e apoio para superar esses obstáculos, bem como oportunidades para explorar os seus interesses, desenvolver competências e construir amizades para uma vida plena, em que as diferenças sejam valorizadas, a compreensão seja promovida a fim de que o mundo possa tornar-se um lugar mais inclusivo para todos os que vivem com o transtorno.
O Transtorno do Espectro do Autismo é uma condição que afeta a forma como as pessoas se comportam e se comunicam. A palavra “Autismo” apareceu pela primeira vez em 1911, quando um médico a usou para descrever certos sintomas. Na década de 1940, dois médicos, Dr. Leo Kanner e Hans Asperger, ajudaram a entendê-lo melhor.
O autismo é uma condição de saúde caracterizada por desafios em habilidades sociais, comportamentos repetitivos, fala e comunicação não-verbal; entretanto, terapias adequadas a cada caso podem auxiliar essas pessoas a melhorar sua relação com o mundo.
Comumente, aparece na infância e tende a persistir na adolescência e na idade adulta. Na maioria dos casos, se manifesta nos primeiros 5 anos de vida.
Para lembrar o mês dedicado ao autismo, o chamado abril azul, o programa Comando Geral desta quarta-feira, 03, recebeu a professora Adriana Marcolin, coordenadora do observatório municipal da educação e Mateus Silva da Rosa, que é jornalista e motorista de aplicativo, e que vive com o TEA (transtorno do espectro autista).
Adriana destacou o trabalho de diversos representantes da sociedade que desenvolverão durante este mês uma série de atividades para marcar o dia mundial do TEA, que é celebrado em 02 de abril. A programação chamada “Consciência Azul” já teve o início com uma sessão na Câmara de Vereadores e a culminância das atividades será com uma mateada, que vai acontecer no dia 06 de abril, na praça Daltro Filho.
Mateus Silva da Rosa, diagnosticado com TEA nível 1, o mais leve, convive com o transtorno desde 2012. Ele falou sobre a importância de entender o que é o autismo, especialmente em momentos de crise. “Por muitos anos escondi o autismo por medo de preconceito e rejeição e meu trabalho como motorista de aplicativo me ajuda bastante” – disse.
Existem 3 graus de autismo. O nível 1, chamado autismo leve, exigindo apoio, onde o portador apresenta dificuldades sociais que atrapalham o funcionamento independente. Já o nível 2 é um autismo moderado, exigindo apoio substancial e o nível 3 é o autismo severo, exigindo apoio muito substancial.
No Brasil, ainda não há estudos sobre a prevalência do TEA na população, mas segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), o País pode ter mais de 2 milhões de pessoas com autismo.
Em 2012, a Lei nº 12.764/2012, instituiu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, estabelecendo diretrizes para sua consecução e definindo que indivíduos com TEA são considerados pessoas com deficiência para todos os efeitos legais.
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