“Um grito de alerta”
Poesia de Altair Borges
No rodeio, dos rodeios
Foi dado um grito de alerta
A porteira foi aberta
Do porteira do Rio Grande
E por onde o Taura ande
Que ouvir esse chamado
Venha dando com os costados
Nesta grande pulperia
E os anfitriões de Vacaria
Hão de sentirem-se honrados.
E o parque dos rodeios
Já se encontra embandeirado
Onde o branco e o colorado
Por todo canto esvoaça
É o sangue da nossa raça
Da velha cepa campeira
Que vem trazendo bandeiras
E raças de todo mundo
E um sentimento profundo
Vem derrubando fronteiras.
Te aprochega visitante
Que aquì não se classifica
Aqui apenas se aplica
O respeito e a decência
Que temos por incumbência
Tratar bem o visitante
Que vem trazendo por diante
O elo de sua querência.
Trigésimo quinto rodeio
Que segue sua trajetória
E há de passar pra história
Como tantos já passaram
Como tantos já deixaram
A marca da tradição
Que de patrão em patrão
Desse rodeio bagual
Cravaram seu ideal
No lombo do nosso chão.
Aqui se verá de tudo
Que se vê por tradição
Aonde o bom chimarrão
Parceiro de toda idade
Vem conquistando amizades
Através do beijo quente
Que os Tauras de antigamente
Já no calor do entreveiro
Da gauchada mui guapa
Deixaram de herança farrapa
O chimarrão companheiro.
É a velha tradição
Se levantando no parque
Representando o estandarte
Do velho pago de Bento
É mais um dos quatro tentos
Que a natureza trançou
A história glorificou
Por toda sua beleza
E pela sua grandeza
O tempo imortalizou.
Verás o tiro de laço
Com quatro metros de armadas
Onde a nossa gauchada
Honrando a marca do Pampa
Já cerra o laço nas guampas
Com a arte do manejo
Que nunca perde o ensejo
De mostrar o que aprendeu
Talvez…com o mestre seu
O pai, que foi ensinando
E hoje o filho nos mostrando
Que o Rio Grande não morreu.
Neste rodeio crioulo
Verás um pouco de tudo
Ginetaço macanudo
Agarradito no lombo
Onde as vezes alguns tombos
Pega alguns desprevenidos
Se tornando o vencido
E o cavalo, o vencedor
Mas faz parte do calor
Do entreveiro destemido.
Verás trovas, cavalhadas,
Danças, cantos, poesias
E verás com maestria
Uma chula bem chuleada
E ouvirás nas alvoradas
As curucacas cantando
Como se assim anunciando
As lidas da gauchada.
Há tantas coisa pra ver
Nesse rodeio, alas pucha!!!
A linda prenda gaúcha
Prendas de todos os rincões
Que vão deixar os peões
Perdidos pelo rodeio
Faça sol ou tempo feio
Venham chegando pra perto
Que o portão está aberto
Pro paisano e pra paisana
Que a tal lenda da cigana
Por aqui nunca deu certo.
Me hirmano com o rodeio
Num orgulho tão Profundo
Pois hoje,parte do mundo
Por aqui está chegando
Ouço um clarim anunciando
Por onde quer que se ande
Um clarim, num céu azul
É o velho pago do Sul
No PORTEIRA DO RIO GRANDE!