Polícia Civil investiga grupo por fraudes eletrônicas que superam R$1,3 milhão
Na manhã desta terça-feira (12/11), a Delegacia de Repressão aos Crimes Patrimoniais Eletrônicos (DRCPE), ligada ao Departamento Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (Dercc), realizou a operação Plano de Contingência. Ela busca desarticular um grupo criminoso de atuação nacional, especializado em aplicar fraudes eletrônicas, utilizando falsas páginas governamentais.
Foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão em Minas Gerais e São Paulo. As medidas cautelares resultaram no bloqueio de contas dos investigados e apreensão de dois automóveis e uma motocicleta, de acordo com o delegado Eibert Moreira, diretor do Dercc.
A fraude
A partir de uma estrutura criminosa sofisticada, os golpistas patrocinavam anúncios em redes sociais estimulando os usuários a solicitarem uma falsa indenização governamental, por um suposto vazamento de dados. A compensação chegava a quase R$ 6 mil. Os anúncios direcionavam as vítimas para sites falsos que simulavam o portal oficial do Governo Federal. Para conferir credibilidade, os criminosos exibiam vídeos manipulados com inteligência artificial, utilizando imagens de figuras públicas.
Ao inserir o CPF para uma suposta verificação, a pessoa era informada que precisaria pagar uma pequena taxa para liberar o valor total do benefício. O pagamento era feito via PIX para uma empresa controlada pelo grupo.
O proprietário dessa empresa financeira é um jovem de 24 anos de Conselheiro Lafaiete/MG. De lá, o dinheiro era transferido para contas de um indivíduo de São Paulo. Para garantir o anonimato e dificultar o rastreamento, o grupo empregava tecnologias financeiras operadas por um jovem de 25 anos, do mesmo município.
Ação policial
A investigação teve início a partir da identificação de campanhas fraudulentas online. Os policiais rastrearam o fluxo financeiro do golpe. O cruzamento de dados foi fundamental para identificar que quem recebia os valores era, na verdade, o líder técnico do grupo, que também gerenciava toda a infraestrutura em Minas Gerais.
Golpistas patrocinavam anúncios em redes sociais estimulando os usuários a solicitarem uma falsa indenização governamental – Foto: DCS/Polícia Civil – RS
A investigação revelou a dimensão nacional do golpe e um prejuízo comprovado superior a R$1,3 milhão. Estima-se que sejam milhares de vítimas, em virtude do prejuízo apurado. O grupo focava em idosos. Foram identificadas dezenas de pessoas com mais de 70 anos e de 80 anos lesadas, considerados hipervulneráveis.
A operação contou com cerca de 50 policiais civis do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e São Paulo e apoio operacional da Polícia Civil dos dois estados.
Fonte: Secretaria da Segurança Pública RS

