Fé aparente
É comum, principalmente nos momentos de dificuldades, dizermos que confiamos em Deus. Mas, se o dia nos aparece em cores contrárias à nossa expectativa, demonstramos uma deplorável indigência de fé.
Afirmamos cultivar o amor que o Divino Mestre nos legou, entretanto, se o companheiro exterioriza pontos de vista diferentes dos nossos, mostramos enorme pobreza de compreensão, nos entregando ao desagrado e à censura.
Declaramos aceitar os ensinamentos do Evangelho em sua pureza e simplicidade, contudo, se Deus nos pede um sacrifício perfeitamente compatível com as nossas possibilidades, exibimos incontestável carência de cooperação, lançando provocações e solicitando reparações.
Asseveramos procurar fazer a Vontade do Pai, no entanto, se os nossos caprichos não se encontram satisfeitos, mostramos lastimável miséria de paciência e esperança, jogando nossos melhores pensamentos no lamaçal do desencanto e da inércia.
Nos perguntemos sem receio: por acaso, acenderemos a luz, permanecendo nas trevas? Daremos testemunho de obediência, exaltando a revolta? Ensinaremos a serenidade, inclinando-nos ao desespero?
Proclamaremos a glória do amor, cultivando o ódio?
Ora, a palavra do Cristo não nos convida a marchar na fraqueza ou na lamentação, como se fôssemos tutelados pela ignorância. Antes, nos incentiva e ensina a caminhar iluminados pela Boa Nova que deve habitar a nossa alma, irradiando a luz da nossa fé e a tranquilidade redentora da nossa crença.
Meditemos por alguns instantes sobre a incumbência da nossa Divina Missão terrena, carregada de responsabilidades, mas com abundantes e reais possibilidades de fiel cumprimento oportunizadas pelo Supremo Criador, Arquiteto do Universo.