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APELO DE AMIGA

 

Alma irmã escuta-me!

 

Venho falar-te do drama de urgência, que toma conta do coração e da mente da mulher, que se vê induzida por hábil propaganda a negar-se à maternidade…

Sejam quais forem os argumentos, como se te apresentem as justificativas para o crime de interrupção da vida fetal, que alguns homens pretendem legalizar, não te deixes seduzir.

A mulher nasceu para ser, por excelência, mãe da própria ou da carne alheia.

À exceção do aborto terapêutico que objetiva salvar a vida da gestante, facultando-lhe permanecer no ministério do corpo, todos os outros tipos decorrem de arrazoados ególatras e sofistas, que não merecem respeito.

Não te envergonhes nunca de permitir que a vida se te manifeste pelo corpo, na condição de co-criadora que és ao lado de Deus.

As alegações vazadas no egoísmo absurdo que visa a transformar o corpo num oásis de delícias, mediante a sexualidade nem sempre dignificada, tornam a mulher “objeto” contra o que, aliás, ela hoje vem pretendendo lutar.

Enquanto haja mães, na Terra, teremos a certeza de que Deus prossegue conosco.

Não obstante se argumente quanto ao direito que a mulher tem sobre o seu corpo, a verdade é que aquele que se desenvolve na intimidade intra-uterina não lhe é continuação, sendo antes o resultado da união de outras energias que se conjugam para manifestar a vida e prolongá-la através da sucessão dos anos.

Um filho é sempre dádiva de Deus.

Aviltando-se a genitora por meio do delito do aborto, os seus sentimentos humanos descem ao primarismo animal, trazendo de volta a ferocidade primeva que já deveria estar superada.

O homem deixa-se sensibilizar pelos fenômenos ecológicos, lutando pela preservação do meio ambiente, das forças vivas e atuantes da Natureza, todavia, ergue-se, obstinado, para destruir a vida humana em formação, que lhe pede oportunidade para vir à luz do Sol.

Deixa-te tocar pelo amor e a canção da afetividade dulcificar-te-á a alma. Cantarás, então, uma balada de ternura pelo filhinho que trazes contigo e logo mais estará nos teus braços, esperando pela tua fortaleza, a fim de avançar pelos rumos do Infinito.

Ser mãe é desdobrar a alma em santificantes lições de amor, doando-se e fruindo o licor inefável da felicidade.

Ditoso é todo aquele que dá, que se doa, que se oferta em holocausto de beleza.

Permite que a tua existência, convidada à sublime tarefa maternal, se coroe de estrelas como bênçãos do céu nas sombras da Terra, enternecendo-te e doando claridades permanentes para a Humanidade inteira.

E um dia, quando a neve dos anos adornar-te a cabeça cansada e aureolar-te o corpo exaurido, duas mãos de apoio como asas angelicais, surgirão, inesperadas, para apoiar-te, enquanto formosa voz entoará um hino de gratidão ao teu amor, mesmo que te sintas, aparentemente, abandonada.

Esse hino, em musicalidade sublime, assim te dirá:

— Mamãe, aqui estou: sou eu, teu filho!

 

(Esp. Amélia Rodrigues – livro: Terapêutica de Emergência – lição:  3).

 

Paz ao seu coração!

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