Pela segunda vez em 38 anos, RS ultrapassa SC na safra da maçã
José Sozo, Presidente da Agapomi. Foto: Arquivo/Rádio Esmeralda.
Até o momento as condições climáticas na região ofereceram 100 horas de frio, segundo informações do engenheiro agrônomo Ronaldo Coutinho da Climaterra. Isso significa que as culturas de clima temperado, não só a maçã, como também a uva, podem sofrer efeitos na produtividade.
Para a maçã gala, o ideal seriam no mínimo 500 horas de frio, já a variedade Fuji necessita de 650 a 700 horas de frio. Segundo o Presidente da Agapomi (Associação Gaúcha de Produtores de Maçã), José Sozo, após 38 anos, pela segunda vez o estado do Rio Grande do Sul ultrapassou Santa Catarina na produção de maçã.
As geadas tardias acabaram prejudicando algumas culturas no estado catarinense
Ao longo de 2023, as maçãs nacionais que chegarem à mesa dos brasileiros terão sabor mais doce. A colheita da safra, encerrada em maio, atende o mercado interno durante todo o ano, com produção concentrada no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. A fruta brasileira é reconhecida como mais adocicada em comparação às variedades cultivadas em outros países, pela incidência de sol que as plantas recebem. O presidente da AGAPOMI comenta sobre a cor das frutas. Segundo ele, o consumidor, e não é somente o brasileiro, deseja uma maçã mais colorida.
A qualidade foi mantida também porque os produtores do Sul do Brasil conseguiram encerrar a colheita antes dos eventos climáticos que atingiram a região em junho. A tecnologia de armazenamento em câmaras frias que ficam em complexos agroindustriais assegura a disponibilidade do produto. A maçã brasileira abastece o mercado nacional, mas cerca de 5% da produção são exportadas para mais de 40 países. Segundo o IBGE, em 2021 o Rio Grande do Sul despontou como o maior produtor do Brasil, com um volume de 600 mil toneladas.
Ouça a entrevista completa clicando abaixo.
