Corpo de brasileiro condenado á morte na Indonésia será cremado e trazido para o Rio de Janeiro


O Corpo do carioca Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, executado na metade da tarde do último sábado, dia 17, na Indonésia, será cremado naquele país e as cinzas serão trazidas para o Rio de Janeiro pela advogada Maria de Lurdes Archer Pinto, tia dele.
Marco Archer foi o primeiro brasileiro executado por crime no Exterior.
Depois da execução do brasileiro, a presidenta Dilma Rousseff se disse consternada e indignada e convocou para consultas o embaixador do Brasil em Jacarta.
No meio diplomático, a medida representa uma espécie de agravo ao país no qual está o embaixador.
Já o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que a execução causa uma sombra na relação entre o Brasil e a Indonésia.
Marco Archer foi preso ao tentar entrar na Indonésia, em 2003, com 13kg de cocaína em tubos de uma asa delta. A droga foi descoberta pelo raio X, no aeroporto de Jacarta.
Naquele país quem for pego traficando drogas é punido com a pena de morte.
Em nota, a organização não governamental Anistia Internacional considerou um “retrocesso ” a execução de Marco Archer e de mais cinco traficantes de drogas pela Indonésia. Eles são os primeiros presos executados desde que o presidente Joko Widodo assumiu o cargo.
Este é um retrocesso grave e um dia muito triste. A nova administração tomou posse prometendo fazer dos direitos humanos uma prioridade, mas a execução de seis pessoas vai na contramão desse compromisso disse o diretor de Pesquisa sobre a Região do Sudeste Asiático e Pacífico da Anistia Internacional, Rupert Abbott.
O carioca Marco Archer Cardoso Moreira, 53 anos, foi o primeiro brasileiro executado por crime no Exterior. Archer trabalhava como instrutor de voo livre e foi preso quando tentou entrar na Indonésia, pelo aeroporto de Jacarta, com 13,4 quilos de cocaína escondidos em uma asa-delta desmontada em sete bagagens. Ele conseguiu fugir do aeroporto, mas foi localizado após duas semanas, na Ilha de Sumbawa. Archer confessou o crime e disse que recebeu US$ 10 mil para transportar a cocaína de Lima, no Peru, até Jacarta. No ano seguinte, ele foi condenado à morte.
Procurador-geral da Indonésia, Muhammad Prasetyo pediu respeito às leis do país neste domingo, em entrevista à imprensa local. O país vem recebendo críticas pela execução de seis réus cinco deles estrangeiros. As informações são do jornal O Globo.
Ao jornal The Jakarta Globe, Prasetyo disse que poderia “entender a reação” dos países cujos cidadãos foram executados:
No entanto, cada país deve respeitar as leis que se aplicam em nosso país.
Para o procurador-geral, a pena capital é uma medida dissuasória na luta contra o tráfico de drogas e delitos relacionados com o narcotráfico, conforme O Globo. Prasetyo avisou que os condenados vão continuar sendo punidos com esse tipo de medida.
Como funciona a execução na Indonésia
Da prisão, a polícia conduz o detento até o local de execução. Ele pode escolher estar acompanhado por um líder espiritual de sua religião e de seu advogado.
Depois disso, o preso é encapuzado ou vendado, e tem os pés e as mãos amarrados a um tronco. Ele escolhe entre ficar em pé, sentado ou ajoelhado.
Um grupo de 12 atiradores de elite forma um semicírculo a uma distância entre cinco e 10 metros do detento. Um comandante dá a ordem para que os tiros sejam disparados. Entretanto, dos 12 atiradores, apenas três têm armas carregadas para que não se tenha como saber quem deu o tiro fatal.
Saiba quem foram os condenados executados no último sábado, dia 17 na Indonésia:
– Ang Kiem Soel, 62 anos, holandês
– Daniel Enemuo, 38 anos, nigeriano
– Namona Denis, 48 anos, malauiano
– Marco Archer Cardoso Moreira, 53 anos, brasileiro
– Rani Andriani, 39, indonésia
– Tran Thi Bich Hanh, 27 anos, vietnamita
Crédito: Adelar Gonçalves/Dep. Jornalismo e Sites ZH e Diário Gaúcho
